Páginas

quarta-feira, 2 de setembro de 2015




A SPEED FREAK MAGAZINE esteve ausente por algumas semanas, em decorrência de algumas mudanças planejadas na constante evolução deste canal independente e democrático, na busca de se tornar mais dinâmico para trazer Skate e Rock'n Roll em parceria...

Assim, teremos crônicas, resenhas e diversidade urbana de forma democrática.

A responsabilidade pelo conteúdo é de cada Autor.

Um dos parceiros é o DANIEL Ribeiro KID JOE, vocalista da banda "Kid Joe", de Florianópolis-SC que é composta ainda por Thiago Freitas (baixo) e Cassio Nogueira (guitarra) que traz nesta edição:

A desculpa dos vagabundos

Fui convidado pelo amigo Nefhar Borck a escrever uma coluna mensal aqui na Speed Freak Magazine sobre música – Claro que aceitei e me sinto muito honrado pelo espaço e oportunidade!



A ideia aqui é abrir um espaço para debates, não brigas inoportunas, e assim melhorar o contexto geral pra todo mundo, independente do seu grupo ou grupos - afinal pra mim, só é bom se for pra todos! 

Em um certo ponto da nossa história musical, o Kid Joe percebeu que era preciso aperfeiçoamento pra poder crescer e se destacar entre tantas bandas boas que surgem todo dia. Muitos já nos conhecem e sabem que nosso divisor de águas foi o Curso de Gestão Musical que é aplicado aqui mesmo em Florianópolis pelo hoje amigo Caio de Cápua. O curso em si não é o assunto aqui, porém, foi nas primeiras aulas que notei claramente que precisava começar a trabalhar com parâmetros, e meus parâmetros sempre foram altos. Eu sempre achei que pra sair da era do “musico = vagabundo”, seria necessário tornar a atividade claramente profissional em todos os pequenos detalhes e, o caso é, que pra deixar de viver nesse estigma, eu precisaria deixar de ser um musico vagabundo. 

Simples assim! 
Aprendi a enxergar os shows que eu assistia, de maneira diferente, quase que visão de bastidores, e comecei a enxergar os detalhes, e o mais interessante, aprendi a procurar aplica-los nos nossos shows. Em pouco tempo, coisa de 2 ou 3 anos, já tínhamos desenvolvido um método onde ensaiávamos exaustivamente de 5 a 6 vezes por semana, fazíamos reuniões gerenciais semanais, filmávamos os ensaios e tínhamos reuniões periódicas de análise desses ensaios gravados. Planejávamos os shows de acordo com nossos parâmetros, e estávamos prontos pra encarar qualquer palco, qualquer situação externa, qualquer problema, qualquer incômodo ou possíveis falhas, e fazer que o show continuasse sem que esses problemas atrapalhassem o espetáculo. 


Até aqui tudo ótimo, mas em pouquíssimo tempo, nos tornamos a “banda que se acha”, “banda que só toca por dinheiro”, “banda que se promove”, o verdadeiro calo no pé de qualquer produtor de eventos ou casas que cedessem espaço pra tocarmos pois não fazíamos mais apenas mais um show, e se tivesse 1 ou 1000 pessoas, o show deveria ser impecável em todos os sentidos.


Com isso tudo, conseguimos sim muitos novos amigos e fãs muito fiéis, que nos acompanham e até alguns que fazem parte de nossa equipe, mas os pontos negativos, aqui na região que atuamos, é muito maior. Dá impressão que o Kid Joe cresceu mais do que devia.


Com isso, eu consigo concluir que como em qualquer outra profissão, é muito mais fácil “ser vagabundo”, fazendo o básico, o que todos os outros fazem e se mantendo na mesmice medíocre que a maioria vive, porém, no mercado musical isso é muito maior, já que o estigma já vem antes da própria escolha do nome da banda.

* Por Daniel Kid Joe 

3 comentários:

  1. Bem isso, parece que os medíocres idolatram quem não é palpável mas temem quem esta perto. Temem o fato de começarem a enxergar a própria mediocridade.

    ResponderExcluir
  2. Infelizmente vivemos o cenario do marketing minimalista, onde ser humilde significa se colocar abaixo daquilo que realmente faz por merecer. A verdade é que uma pessoa "sabe" mais não é porque nasceu com o dom... é porque, com certeza, estudou e reestudou aquilo 10 mil vezes!!

    ResponderExcluir
  3. Acho engraçado como existe um senso comum de que as Bandas ou músicos que fazem o seu trabalho corretamente, e cobram o valor certo por isso acabam sendo taxados de nariz empinado, ou mesquinha, pra tudo existe um custo, se o produtor quer artistas de alto nível deverá pagar o preço por artistas de alto nível, mas pelo que me parece isso não entra na cabeça deles. e acham que todas as bandas que não estão no "mainstream" tem que se sujeitar as suas regras ridículas, e ofensivas as bandas fora do "mainstream".

    ResponderExcluir