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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

V JUNKYARD Festival - Encontro de bandas e Skate


Graças ao empenho e dedicação de algumas pessoas envolvidas em Florianópolis-SC, tal qual o Dino Daniels, a ASGF (Associação de Skate da Grande Florianópolis), Daniel Regis e tantos outros para não correr o risco de esquecer de ninguém, Floripa vem ganhando cada vez mais destaque, através de eventos e oportunidades que são criadas.




E no bairro Estreito em Florianópolis-SC, o JUNKYARD  ajuda a manter viva esta chama de liberdade, diversão, manifesto, além de é claro, muito Skate e Rock'n Roll.

Nesta quinta edição em 2014, além da já lendária competição de Skate BEST TRICK, o publico ainda contou com a sonzera rolando desde as 14:00 até as 21:00 ininterruptamente com muito Hard Core, Trash, Grinde Core, Punk e influência heavy metal...foi em excelente exemplo de convívio harmônico cujo objetivo era a confraternização de pessoas que não se contentam com o comodismo. O evento foi free, em local aberto e acessível à todos.

Para melhor ilustrar este espírito, fizemos uma entrevista exclusiva com o idealizador deste projeto, o conhecido DINO DANIELS:


Quem é o Dino Daniels?   Como surgiu seu envolvimento com a música e o Skate?

Meu nome é Daniel Ellis Teixeira, tenho 29 anos, sou natural de Porto Alegre-RS, moro em Florianópolis ha 11 anos,  ando de skate desde meus 10 anos de idade e surfo desde meus 15...minha primeira banda foi a Vomit’s de HC (extinta) em Porto Alegre quando tinha 16 anos.

Hoje toco na banda Backstroke que teve inicio em 90 teve um intervalo de 10 anos ou algo assim, e hoje retoma com uma nova formação mantendo com o vocal e guitarra original.

Fui repórter cinematográfico da imprensa por 5 anos com passagem pelo SBT e RBS aqui na capital de Santa Catarina...trabalho com skate ha 8 anos como organizador no primeiro encontro de skatedownhill na Praia do Santinho, tendo como convidado Sergio Yuppie e Alexandre Maia no júri, e na sessão Ricardo Mikima e Douglas da Lua...resumindo foi o batismo mais animal que eu podia ter como ativista do skateboard. Anos depois fui conhecer Cliff Coleman nessa mesma ladeira. Após o primeiro tiveram mais 3 eventos destes e no ultimo contei com a ajuda da Federação de Skate de Santa Catarina onde trabalhei em alguns eventos não como organizador mais como ajudante, fiscal de pista e fiz algumas imagens também.

Em 2011 aconteceu o primeiro evento da ASGF organizado por mim e pelo Marlon “Teba’’ Victorio, o “ASGF Skate Music Contest”, no qual algumas bandas tocaram no final do campeonato, o que rendeu uma característica do coletivo Junkyard, afinal o evento se tratava do aniversario de 3 anos do coletivo.

Participei em algumas atividades da ASGF em colégios, algumas jams em clubes como ajudante nesse meio tempo. Não faço parte nem da associação, nem da federação, sou um ativista do skateboard  por que minha vida é isso,foi assim que encontrei um estímulo de representar o que faz minha vida ter sentido, e não somente o skate, mais minha filha de 5 anos, meus amigos, minha família e o prazer de viver o skate.

Há muita cobrança. .. cada um que começa a se envolver com a sua cultura cobra postura, respeito, coleguismo, atitude, firmeza, amizade e por ai vai. . . não faltam atributos para fazer por onde nessa construção. Só pra constar, matei muita aula no supletivo CEPU para andar de skate no extinto vulcão do centro. Me orgulho muito disso.


E o Junk yards? Como surgiu? Como funciona? Quantas edições? Qual o espírito?

O coletivo Junkyard nada mais é do que um circulo de amizade antigo do pessoal do bairro Estreito, em sua maioria artistas, músicos, skatistas, poetas, algums pegam onda, video makers e fotógrafos. O nome teve inicio devido a um espaço abandonado ao lado da triagem do DEAP que fica exatamente em frente a pista publica do Estreito.

Depois de descoberto este espaço, ele começou a ser frequentado por muitos da galera que hoje compõe o coletivo. . . tinha um esquema de não alarmar muito sobre o pico que por sua vez também era frequentado por moradores de rua e usuários de drogas...para se ter ideia era um terreno muito grande com 2 galpões sem teto, piso de granilite e longas paredes brancas para pixar ou grafitar. Pessoas como o Marcinho, que posso assegurar ser um dos melhores skatistas que conheço, Pablo Reis outro grande atleta e muitos outros logo começaram a construir alguns obstáculos.

Muitas sessões rolaram nesse lugar onde costumávamos curtir. . . mas o nome mesmo veio da primeira vez que botei meus pés lá. . . na minha mochila eu tinha um spray e a palavra que mais podia caracterizar o momento que senti foi “um quintal sujo”, um lugar abandonado,  trash com muito lixo e cacalhada. Batizei o pico de Junkyard’s Plaza por se tratar de um espaço ‘’plaza’’ de skate com perfil sujo. Ninguém havia visto eu fazer o pixo, por isso não sabiam quem tinha posto.

Não demorou muito ate todos se referirem ao lugar como ‘’vamos La no Junk’’ e eu comecei a reparar essa expressão e logo pensei, “caralho’’ achando engraçado aquilo tão natural... um tempo depois eu contei a verdade e todos deram risada, isso faz 05 anos e eu era um dos mais velhos ali, o que gerava uma espécie de confiança ou aceitação em tudo que eu dizia ou fazia.

Hoje não existem mais os galpões pois foi construído um novo Supermercado junto a alguns prédios. Foi então que nos realocamos como “zeladores” da pista do Figueira (menção ao estádio de Futebol do Figueirense), primeira e na minha opinião melhor pista publica de Florianópolis.

Para resumir, os membros originais do coletivo, posso dizer que temos pessoas ótimas em tudo que fazem, seja na arte, trabalho formal, estudo ou seja la qual for o ponto de vista. Um fato muito triste foi a morte de um dos melhores atletas do Junk, já fazem quase 2 anos e ainda sentimos a perda.

 O espírito Junk é acima de tudo, SER A DIFERENÇA OU SERVIR A ILUSÃO? Uma espécie de auto critica que cada um tem com sigo mesmo, algo que cobra o melhor daquele individuo e suas intenções.



Como você vê a cena da Grande Florianópolis, tanto na musica quanto no skate?

Vejo uma cena cada vez mais solida no skate em Florianópolis com construção de novas pistas, a ASGF trazendo um feito inédito de oferecer uma passagem para Buenos Aires ano passado e esse ano para L.A para o melhor atleta do circuito regional, ou seja o skate esta vivendo um bom momento na minha opinião. Fora que o skatista mais “cabreiro” e seus amigos e professores cabreiros moram por aqui também, não preciso nem citar o nome do fenômeno (Pedro Barros) que todo ano traz os caras mais lendários do mundo para 3 dias de muito skate e boas vibrações...temos na parte do downhill o KING OF THE HILL Sergio yuppie que vem incentivando muito a cena downhill com seus eventos OUTLAW aqui na city.

Na parte musical realmente não tenho muita base para falar, pois estou chegando agora, nunca havia me envolvido tanto quanto agora com minha nova banda, mas o pouco que sei é que a cena underground tem se mantido de uma forma vitoriosa, e cada vez novas bandas aparecem com um trabalho inovador. Tanto no skate quanto na musica underground acredito que AMBOS ESTAO EM UM BOM MOMENTO.


O que precisamos para melhorar a cena?

Sem duvida investimento e visão no que diz respeito a essa construção. Investimento pelo simples fato de necessidade, suporte e melhorias na estrutura, o que parece estar se encaminhado com muito trabalho e luta na parte do skate, e visão no sentido de uma ótica moderna, com base nos avanços do skate internacional. . . não só a cidade de Florianopolis, e por que não dizer ‘’california brasileira’’ como no pais inteiro. Na parte da musica tudo esta ligado ao crescimento do que sustenta uma cena, O PUBLICO.

Considero marcante tudo que estiver ligado ao crescimento sincero de cada manifesto na nossa cidade...tivemos uma boa participação do povo e dos jovens nas ruas nas manifestações de junho do ano passado, apesar de não ter surtido muito efeito e o gás ter morrido um pouco, aquele “moment” nos ensinou muita coisa, e pode-se  ver que não estamos tão apáticos como pode parecer.  

    
Qual recado vc deixa pra galera da SPEED FREAK MAGAZINE?

Bem. . . quero deixar o recado aqui em nome da família TJP que se você que esta lendo essa entrevista e tem um sonho, tem vontade de realizar um manifesto ou intervenção, se por ventura uma chama de revolução ou mudança queime em suas veias, tente encontrar a forma de materializar isso. Talvez seja você a pessoa que este mundo não gostaria de perder sem ter lutado bravamente, sem conhecer os frutos de seu empenho, tenha fé, respeito, esclarecimento e atitude que a natureza da vida ira te retribuir sem duvida.

 Agradeço a oportunidade, é uma satisfação fazer parte deste projeto SPEED FREAK SKATEMAG...grande abraço Nefhar e sucesso!















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