FLORIPA UNIÃO FEST III
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No dia 07 de Setembro a banda paulista Questions tocou na Célula Show Case em Floripa. A noite foi produzida pela Marretada Produções e contou com as bandas Ataq Coletivo de SC, Cervical do RJ, Marreta de SC e é claro, Questions de SP.
A banda Ataq Coletivo abriu a noite com seu Punk Rock clássico e autoral e politicamente ativa.
Na sequencia a banda carioca Cervical subiu ao palco trazendo energia pura.
A banda surgiu em 2001, mas foi sendo reformulado e em 2006 firmou seu estilo com uma proposta de sonoridade mais pesada, metal e crossover. Em 2011 lança o CD - Caminhos de Dor e juntamente com o Clip da música "Dar o Sangue" - gravado e dirigido por Blake Farber (New York). As músicas, letras, atitude e estilo de vida da banda, visam sempre manter como base, valores como o respeito e amizade, buscando difundir uma melhor consciência de nossas vidas, do nosso dia a dia e de nós mesmos.
No fim de 2015 lançam o clip do novo single ARQUÉTIPO, que é também o nome do segundo CD da banda, e no início de 2018 o clip GUERRA.
É através da música que o Cervical, tem como principal objetivo, passar toda energia e positividade como uma fonte que revigore nossas forças.
A atual formação conta com Pascoal Mello - Vocal, Júnior Nascimento - Batera, Bruno Gomes - Guitarra, Moises Lima - Baixo.
Antes do Questions, a banda de Hard Core Latino Americana Marreta terminou de esquentar o público antes da banda paulista.
Durante a passagem de som a Speed Freak Magazine conversou com o pessoal da Questions que obviamente agitou a noite:
SFM: Vocês já estão na estrada há 18 anos, certo? Como vocês veem a evolução da banda nestes anos?
Q. A essência não mudou. O Questions começou por amor a música, da identificação pelas ideias, pela cultura...tocar mesmo, por causa do som, a gente cresceu ouvindo música, então nestes anos todos esta é uma certeza do que não mudou...aquelas mesma paixão que a gente tinha quando era moleque, e isso é muito f*da, o amor, aquela vontade de tocar mesmo...
...SFM: Mas ainda da pra manter a chama do hard core acesa no Brasil?
Q. Manter...a gente mantém (risos) falando por nós, a gente precisa sempre buscar lançar material novo, discos, DVS e acho que é isso que movimenta a banda e mantém a chama da banda acesa...estamos ai num feriado (07 de setembro) vindo tocar em Floripa, amarradão...todo mundo aqui já passou dos 40 já, mas a vontade de tocar é a mesma de quando tínhamos 15 anos de idade.
SFM: E com este amadurecimento de vocês...
Q. Então, nessa de amadurecimento, eu queria falar que a gente sempre se propôs a soar assim, uma banda simples, sem nada complicado...a gente gosta de executar negócio simples, mas eu sinto que com os anos, a composição fica um lance mais consistente, a gente consegue encaixar mais as coisas...hoje em dia a gente compõe de um jeito mais legal e dá pra dizer que neste tempo agora estamos compondo um novo disco que vai ser em português...até agora todos os nossos trabalhos foram em inglês, então essa é a principal mudança de sonoridade desses anos todos, a gente achar que é o momento necessário no país e na vida de a gente cantar em português.
SFM: E foi tranquilo pra vocês essa transição de sonoridade do inglês para o português, após todos estes anos?
Q. É...a gente teve meio que aprender a cantar em português na verdade, porque antes sempre cantar em inglês é aquela métrica mais fácil, o encaixe...é claro que aqui ninguém é nativo em inglês, mas tem o suficiente pra encaixar os conceitos na melodia da música, agora em português, foi mais difícil pra tentar soar da mesma forma de quando cantamos em inglês...pra não ferir a personalidade do som da banda...acho que este foi o maior desafio...na real, a gente já vinha há alguns anos martelando na cabeça, que deveria fazer alguma coisa em português, principalmente desde 2016 que a gente começou a planejar e decidiu, vamos fazer algo e ver se consegue soar do jeito que a gente gosta e com uma mensagem legal, então a gente fez uma música, que saiu no ano passado (2017) e que ai nós pegamos confiança...é o Questions e é em português, é diferente mas que manteve a essência...a gente achou que rolou...então a partir disso, vamos produzir um álbum em português.
SFM: Mas isso então representa que vocês vão começar a compor em português, ou não necessariamente?
Q. Não, não tem essa obrigação (risos), como a gente sempre cantou em inglês e até pensar fora do Brasil...como a Europa que é um destino que a banda sempre almejou, e agora conseguiu construir um público bem bacana, então isso não é uma regra, mas cantar em português lá fora também não atrapalha...é logico que tem uma barreira, mas a gente também lança no encarte a tradução pra saber o que a gente está falando. Assim, a coisa mais importante é essa liberdade de ser independente, você faz a banda do jeito que você quer, e tudo só importa pra nós e pra quem curte nosso som...é a nossa vontade de dizer coisas que acaba conduzindo (risos)
SFM: E tem alguma previsão pra este trabalho sair?
Q. Estamos prevendo pra lançar depois do carnaval...a gente até podia fazer um esforço pra lançar este ano, mas daí tem aquela sensação de que logo vira o ano e o disco fica do ano passado (risos), então assim com calma estamos trabalhando e finalizando e lançamos depois do carnaval, ano novo, disco novo.
SFM: E vocês pretendem lançar o trabalho também fora do país?
Q. Ainda não pensamos nisso, estamos indo com calma, uma coisa de cada vez (rissos)...estamos focando na gravação pra sair no começo do ano, arte, enfim, pacotão todo...turnê, é claro a gente sempre quer isso e temos a intensão da Europa de novo, mas não sabemos se vai dar pra fechar um mês de novo, pois precisamos ainda casar as agendas de todos, já que todo munda trabalha...não da pra viver só da banda...
SFM. “Vocês só são músicos ou também trabalham?” (risos)
Q. Não não hehehe aqui todo mundo trabalha (infelizmente) não da pra viver só de música....a banda é o nosso futebol...é quando a gente se encontra, toca, se diverte mas que leva muito a sério, a gente assume o compromisso de gravar discos, sair em turnê, mas infelizmente não da pra viver...mas a coisa boa é que a banda se sustenta por si própria, ela se paga...e a nossa realidade é que são raríssimas banda em que o cara só tem a banda e acabou, tem banda grande ai que o cara acaba a tour, volta pra casa e vai trabalhar (risos)...a gente tocou com o Agnostic Front lá na Europa e ai nas conversas de backstage o cara falou que volta pra Fenix e trabalha de eletricista (risos) não tem jeito, a realidade é crua (risos)...é muito comum ter a ilusão de ver “Nossa os caras viajando direto, estourou” e não é assim, ainda mais agora com esta revolução tecnológica que não se vende disco, você vai viver de show e merchan, mas mesmo assim...
SFM: Vocês já tinham vindo pra Floripa?
Q. Sim, nós tocamos em 2012 no Plataforma...outra realidade (risos) mas foi lindo, mas é claro que chegando aqui no Célula já fica mais confortável (risos)...mas sabe, é divertido tocar neste underground mais roots (risos) pois a gente volta às origens, a gente curte...principalmente em SP a gente tocou em muita quebrada, principalmente nos primeiros quatro ou cinco anos de banda...as vezes a galera tem super boa intensão mas o local não já ajuda, sonoridade, equipamento, mas pra nós se torna indiferente, pois a gente tenta sempre tirar o melhor.
SFM: Então muito obrigado ao Questions, e deixo vocês descansarem pro show....valeuuu
Q. Nós que agradecemos...